terça-feira, 15 de abril de 2008

4 DE MAIO

Nesse domingo, dia 04 de maio, a música da Polônia!!



O Intermúsica do dia 4 de maio é dedicado à Polônia, que comemora sua data nacional no próximo dia 03 de maio. A escolha da data nacional da Polônia tem a ver com a constituição daquele país. Em 1791, mais precisamente, em 3 de maio, os poloneses, considerados políticos natos por suas habilidades históricas de defender suas posições, adotaram e promulgaram uma constituição escrita - aliás, a primeira em toda a Europa e a segunda no mundo, precedida pela dos Estados Unidos.

A Polônia tem uma área um pouco maior do que a do Maranhão, com 312 mil km², mas é o maior país da Europa Central. Seus primeiros habitantes, ainda na Idade Média, eram da tribo eslava de Polanos. Aliás, a Águia Branca, presente no brasão da bandeira da Polônia, é reconhecida como um símbolo político europeu há mais de mil anos. Ou seja, tem esse país tem muita história para contar.

O Estado atual polonês foi estabelecido com 1945 e conta hoje com quase 29 milhões de pessoas, ou seja, a cada vinte europeus, um é polonês. Estamos falando de uma nação jovem e praticamente homogênea em termos étnicos. Mas, até a segunda guerra, havia muito mais gente pelas terras de Chopin. O país sofreu um baque na sua população, que passou de 35 para 24 milhões, o que reduziu as diferenças étnicas. Hoje, há ainda ciganos, gregos, macedônios, russos e tártarmos vivendo por lá, mas todos falando polonês, a língua oficial desse país que tem mais de 90% de sua população declarada católica romana.

A Polônia sempre foi um país, exemplo de tolerância religiosa e um refúgio dos representantes de várias religiões, desde a Idade Média. No século XX, nos anos 80, foi por lá que nasceu o Solidariedade - o primeiro movimento social independente no bloco soviético, que, em forma de sindicato, unia sob o mesmo tema representantes de todas as classes sociais. O Solidariedade tornou-se um movimento de massa. Um entre 3 poloneses era membro do sindicato, que tinha como bandeira a democratização do país e a suspensação da censura. Lesch Walesa é o grande nome desse movimento que levou a Polônia a ser o primeiro país do bloco comunista em que o sistema velho caiu. Hoje, a Polônia é uma república democrática, com vários partidos e um parlamento bicameral.

Não dá para falar de Polônia de hoje, sem citar Lech Walesa e João Paulo II. Karol Voitila, nome de batismo do papa João Paulo, iniciou o diálogo da Igreja católica com outras religiões (olha aí a tolerência religiosa histórica deles !). Já Lech Walesa, esse lendário nome do Solidariedade (e político nato, como todo bom polonês !), abriu caminho para as mudanças pacíficas do Leste Europeu, ganhou o Nobel da Paz em 1983 e foi o presidente da Polônia de 1990 a 95.

O estilo de vida e a mentalidade dos poloneses desenvolveram-se ao longo de mais de mil anos. O nascimento da cultural nacional está impregnado de tradições latinas e bizantinas, efeito de contatos e influência com as minorias étnicas que habitavam a Polônia. Os poloneses sempre acolheram artistas estrangeiros e mostravam interesse especial pela criação cultural de outros povos. Por isso, a produção cultural polonesa é rica e repleta de detalhes.

É comum dizer que os poloneses são românticos e os românticos sempre colocam seus olhos nos céus. Por isso, a Polônia é famosa por seus astrônomos, há séculos. Nicolau Coérnico provou, em 1543, que a Terra não está situada no centro do Universo e formulou a teoria heliocêntrica do sistema solar, que hoje conhecemos.

O romantismo sempre esteve presente na cultura polonesa e a essência disso pode ser compreendida, perfeitamente, na música de Frederico Chopin, essa que a gente vem tocando prá vocês em BG, desde o início. Desde 1927, a cada 5 anos, acontece o Concurso Internacional de Música de Chopin, um dos eventos musicais de maior prestígio no mundo. Nas telonas, a intensidada cultural e o sangue quente poloneses podem ser observados nas produções de Roman Polanski. Já nos palcos, um dos fenômenos artísticos reconhecidos muldialmente é o teatro de vanguarda polonês. Aliás, foi um polonês quem criou o teatro experimental.

Prá quem quiser visitar esse país tão antigo e tão político quanto romântico, vai a dica: a Polônia é um país barato e de fácil acesso. Varsóvia está perto de várias capitais européias. Fica a uma hora de vôo de Viena, Frankfurt e Berlim; duas, de Paris e Londres e pouco mais de três de Madri e Barcelona. A melhor época para se viajar a Polônia é entre a primavera e o verão, especialmente entre maio e junho.

A Polônia conta com dez pontos tombados como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, entre eles, o imperdível bairro antigo da Cracóvia e o campo de concentração de Auschwitz, em homenagem ao extermínio dos judeus poloneses, muito bem exemplificado no filme Lista de Schindler.

Aqui no Brasil, os imigrantes poloneses não são tão numerosos quanto italianos e
portugueses. Estima-se que 60 mil polacos vieram prá cá, no início do século passado e que 95% dessa gente foi viver perto de Curitiba. Pode-se dizer que o Paraná é o estado com maiores influências da cultura polonesa no Brasil. Muitos descendentes falam o idioma polonês como língua materna.

Curitiba é a segunda cidade fora da Polônia com o maior número de habitantes de origem polaca, superada apenas por Chicago. A música e a culinária polonesas são marcas profundas da região.

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