domingo, 11 de maio de 2008

Mazel Tov!!

O Intermúsica de hoje é dedicado ao Estado de Israel, um país pequeno em tamanho, 20.700 km² (pouco menor que Sergipe) mas grande em termos de importâncias histórica e política.

Israel é uma democracia parlamentar, que completou 60 anos no dia 14 de maio próximo, com uma estrutura muito parecida com a nossa, com poderes legislativo, executivo e judiciário. Desde que se tornou independente, em 1948, o país já teve nove presidentes. Shimon Peres, o atual, tomou posse em 2007. Nos idos 94, quando era Ministro das Relações Exteriores de Israel, dividiu o Nobel da paz , com Yasser Arafat e com o então Primeiro Ministro de Israel, Yitzhak Rabin.

O Estado de Israel não é terra de um credo só, ao contrário do que muita gente pensa. Israel é, na verdade, o lar de uma gente muito diversificada em termos religiosos, onde 81% são judeus, quase 15% são árabes (de maioria muçulmana), 3,2% cristãos e o restante inclui drusos, circassianos e outras pequenas comunidades.

Israel tem uma população jovem (a média de idade é de 26,9 anos), mas com raízes antigas. Com quase sete milhões de habitantes, o que dá uma ordem de 299 hab por Km², pode-se dizer que o povo por lá vive bem, com uma renda per capta de US$ 26.800 (enquanto a do Brasil é de apenas US$ 3 mil). A capital é Jerusalém, proclamada em 1950. mas a maioria das embaixadas fica em Tel Aviv.



O povo judeu foi expulso de sua terra há cerca de 2 mil anos. Espalharam-se pela Europa, África do Norte e Oriente Médio. Das perseguições que sofreram, o Holocausto foi a mais cruel. O horror do massacre serviu para mostrar ao mundo a importância de o povo judeu ter uma terra sua, novamente e, em 29 de Novembro de 1947, pela Resolução 181 da ONU, as fronteiras israelenses foram definidas.

Com a independência, Israel viu seu povo voltar prá casa e a população que era de 650 mil pulou para 1 milhão e 300 mil habitantes em apenas 4 anos. Na época, muitos judeus de países islâmicos da África do Norte e do Oriente Médio voltaram à Terra Santa. Com a queda do regime soviético, Israel recebeu mais de 600 mil judeus russos, que, por anos, tentaram em vão sair de trás das cortinas de ferro.

As décadas de 80 e 90 também testemunharam a chegada, em duas maciças operações de resgate aéreo, da antiga comunidade judaica da Etiópia, a qual, acredita-se, remonta aos tempos do Rei Salomão. A adaptação desses 30 mil judeus africanos não tem sido nada fácil, considerando-se que saíram de um ambiente agrário para uma sociedade ocidental industrializada. Mas a ânsia dos jovens em se adaptar facilita as coisas para essa comunidade judaica, por tanto tempo isolada na África. Passados 60 anos, Israel tem hoje cerca de 7 milhões de habitantes não só judeus, como muitos podem pensar, mas de todos os credos.

Por falar em judeus jovens, quem vai a Israel, hoje, não pode deixar de passar por Tel Aviv e curtir as baladas e as festas que rolam por lá, ao melhor estilo trance e com muito hip-hop
rolando nas ruas.

Enquanto os israelenses judeus, homens e mulheres, são obrigados a servir ao Exército, os cidadãos árabes são isentos do serviço militar compulsório, em consideração a seus laços familiares, religiosos e culturais com o mundo árabe. Ao mesmo tempo, é encorajado o alistamento voluntário, que cresce ano-a-ano, ao serviço militar. Desde 1957, a pedido dos líderes drusos e circassianos, o serviço militar tornou-se obrigatório naquelas comunidades. Cresce também o número de beduínos que abraçam a carreira militar de forma voluntária

Os árabes israelenses tomam parte ativa na mídia eletrônica do país, como produtores, redatores, apresentadores, comentaristas e atores, na programação de rádio e TV. As relações entre árabes e judeus é dificultada por diferenças profundas em termos de religião, valores e crenças políticas. Ainda assim, com o tempo, eles conseguiram aceitar-se uns aos outros, participando num número cada vez maior de empreendimentos conjuntos. Aqui no Brasil, árabes e judeus dão exemplos de perfeita e harmoniosa convivência no Rio de Janeiro. É lá, no centro da cidade, no SAARA, que, desde o final do século dezenove, judeus e árabes vivem nas mesmas ruas, onde abriram seus comércios e se tornaram bons vizinhos de porta.

Diversos são os locais considerados sagrados pelas três religiões monoteístas (judaísmo, cristianismo e islamismo). No norte de Israel, na cidade de Haifa, uma das principais cidades do país, está o Monte Carmelo. A bela cidade, localizada às margens do Mar Mediterrâneo, recebe todos os dias peregrinos do mundo inteiro, vindos para venerar um dos santos mais populares da Terra Santa, o profeta Elias. O Monte Carmelo é venerado na Terra Santa pelas três religiões monoteístas por causa do profeta Elias, que por lá viveu.

Além dos lugares santos, Israel está cheio de sinagogas, mesquitas e igrejas cristãs, com seus ritos tradicionais e formas arquitetônicas singulares, desenvolvidas através dos séculos. Ou seja, que passeia por Israel, esse país de clima mediterrâneo, que fica 5 horas a mais do que o Brasil, tem muito que visitar. Além da grande variedade geográfico do país. Apesar de pequeno, Israel tem montanhas geladas, praias, desertos e o famoso mar morto.

Se aqui no Brasil, a gente tem católicos praticantes e não-praticantes, lá em Israel rola a mesma coisa com os israelenses de fé judaica. 20% da população são judeus ortodoxos, daqueles de carteirinha, que vão à sinagoga diariamente. A grande maioria, 60%, segue parcialmente a religião judaica e outros 20% são não-praticantes. Mas, como Israel foi concebido para ser um estado judaico, o Shabat (sábado) e todas as festas religiosas judaicas são feriados nacionais, celebrados por toda a população, independente do credo.

Mas nem só de judeus é feito Israel. Israel, apesar de ser a terra do povo judeu, também é um estado secular, ou seja, um estado onde governo e religião estão essencialmente separados. Isso significa que cabe ao indivíduo decidir se, mesmos nascendo judeu, ele virá a seguir a fé de seus antepassados, ou irá simplesmente optar por um outro caminho. A população não-judaica, que representa 19% do total, conta com mais de um milhão pessoas, ou seja, um sétimo de toda a população israelense, entre árabes muçulmanos, beduínos, árabes cristãos, drusos e circassianos.

Israel é um país novo e antigo. É o lugar onde o Oriente se encontra com o Ocidente, o passado e o presente se tocam; e onde os estilos de vida são moldados por fortes ideologias. Mais de cinco mil anos de tradição judaica, mais de um século de sionismo, a reunião dos exilados e seis décadas de existência como estado moderno contribuíram para a formação de uma cultura que já criou sua própria identidade. A cultura israelense é, portanto, uma amálgama de tradição e inovação, moldada ao longo de 5778 anos de existência do povo judeu.

E os leitores que tiverem interesse em ficar a par do que está ocorrendo na cena cultural de Israel podem buscar informação na revista Ariel - a principal publicação cultural de Israel, feita com a colaboração da vanguarda das artes e letras de Israel, assim como do mundo acadêmico. Ariel é editada a cada três meses em alemão, árabe, espanhol, francês, inglês e russo. Quem tiver interesse na revista deve procurar a Embaixada de Israel, aqui em Brasília.

O hebraico deixou de ser uma língua falada mas continuou, através dos séculos, a ser usado pelos judeus como "língua sagrada", na liturgia, filosofia e literatura. Hoje, o hebraico é uma língua viva, rica e vibrante. Seu vocabulário era de cerca de apenas 8 mil palavras nos tempos bíblicos, hoje, tem mais de 120 mil.

Na semana passada, falamos sobre a águia da bandeira da Polônia, símbolo político reconhecido desde a Idade Média, na Europa. No caso de Israel, sua bandeira, adotada cinco meses após a criação daquele Estado, foi desenhada para o Movimento Sionista em 1891. O desenho básico remete ao Talit, o xale ritual de oração judaico, que é branco com listras azuis. O hexagrama no centro é o "escudo de David". Tornou-se um símbolo judaico no final da Idade Média em Praga, e foi adotado pelo Primeiro Congresso Sionista em 1897.[1].

Israel é um dos mais dinâmicos centros de atividade musical do mundo, com destaque para a música clássica. A música passou a ocupar um lugar importante na vida cultural da comunidade judaica da Palestina após a 1a Guerra Mundial. Curiosamente, a Orquestra Filarmônica da Palestina (hoje a Orquestra Filarmônica de Israel), cujo primeiro concerto aconteceu em 1936, em Tel Aviv, sob a batuta de Arturo Toscanini, foi fundada por iniciativa de um violonista polonês. A primeira geração de compositores israelenses, nascidos na Europa, esforçou-se para criar uma nova linguagem musical, pós-imigração. A segunda trabalhou no sentido de uma expressão musical que integrasse a língua hebraica, as relações com a liturgia e tradição judaicas e sua incorporação ao mundo oriental. A terceira e recente geração de compositores entrou no clima da composição internacional, derrubando as barreiras dentro da música, fundindo tradições orientais e ocidentais e incorporando certas inovações dos gêneros de música popular.

Durante a década de 90, a vida musical de Israel passou por uma transformação, com a chegada de mais de 700 mil imigrantes da antiga União Soviética. Entre ele, inúmeros músicos profissionais. O impacto dessa nova imigração pode ser sentido na diversidade de gêneros musicais desenvolvidos pelos israelenses, atualmente. Ainda que as tradições russa e francesa, o romantismo e pós-romantismo alemão e a influência dos compositores europeus mais recentes tenham deixado sua marca na composição musical, uma nova expressão israelense, denominada "o estilo mediterrâneo", que integra melodias orientais tradicionais e a cantilena da prece antiga, vem gradualmente se cristalizando.


Músicas do programa:

Elisete Retter- Capoeira;

Elisete Retter- Be libi keev;

Há dag narrash - Shirat há sticker;

Eli Mohar- Shetar há hefkel;

Synergia - Ahem;

Sheygetz - Hamilim hahi yafot;

Iyam - Tem Li Yad Me;

Elisete Retter - Samba Ahat.


2 comentários:

Unknown disse...

Queridos amigos do Intermusica, houve um pequeno erro nos creditos.
O meu nome e Elisete Retter e nao Elisete Barros.
Apesar de nao ter escutado o programa daqui de Isral, tenho certeza de que foi muito interessante e especial.
Um grande abraco

Elisete
www.elisete.com

Unknown disse...

P.S. Espero que tenham gostado da minha musica.


Elisete